ENTENDA O CASO
Os protestos começaram no dia 29 de julho , após um ataque a faca em Southport, no noroeste da Inglaterra, na semana passada, no qual três meninas, entre seis e nove anos, que participavam de uma aula de dança, foram mortas. O assassinato delas chocou o país.
Ele chegou ao centro comunitário onde acontecia a aula às 11:45, horário local, entrou pela porta da frente e iniciou o ataque. Os adultos locais tentaram proteger as crianças, um sofreu ferimentos graves, outro escondeu um grupo de crianças no banheiro. Um terceiro, funcionário de um escritório no mesmo prédio, foi ao local ao ouvir os gritos, tentou desarmar o adolescente e foi atingido por uma facada na perna.
A polícia foi avisada por telefone dois minutos depois da chegada de Rudakubana, ambulâncias foram chamadas às 11:48. O primeiro policial a chegar esperou reforços, pois só tinha um cacetete para se proteger. Quando chegou um outro policial, os dois usaram taser (eletrochoque) contra o suspeito e o prenderam.
Informações falsas nas redes sociais sugeriam que o suspeito do ataque, identificado como Axel Rudakubana, de 17 anos, era um imigrante radical islâmico que chegou de barco ao Reino Unido como refugiado em 2023.
Isso levou manifestantes anti-imigração de outras localidades a se deslocarem para Southport em resposta.
A polícia esclareceu que o ataque não está relacionado ao terrorismo e afirmou que Rudakubana nasceu no Reino Unido.
Ele enfrenta acusações de três homicídios, 10 tentativas de homicídio e uma de posse de arma branca.
Rudakubana permanecerá em custódia até uma nova audiência marcada para outubro.
A imigração é um tema sensível no Reino Unido e um dos principais desafios para o governo trabalhista que acabou de assumir o poder no país.
Nos 12 meses até junho de 2023, foram identificados 52 mil e quinhentos imigrantes que entraram irregularmente no Reino Unido, um aumento de 17% em relação aos 12 meses anteriores.
Embora esse número represente uma fração menor em comparação com outros países europeus ou asiáticos que enfrentam imigração em massa, o tema foi amplamente debatido na recente campanha eleitoral britânica.
O Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, tinha a redução da imigração como uma de suas principais propostas.
O assunto continua sendo uma prioridade para partidos políticos mais alinhados à direita e também gera discussões nas redes sociais, muitas vezes alimentando a desinformação.
PROTESTOS
No domingo (4) centenas de pessoas tentaram incendiar um hotel que abriga requerentes de asilo em Rotherham, enquanto uma biblioteca infantil em Liverpool e um centro de aconselhamento em Sunderland foram queimados.
Distúrbios ocorreram na capital Londres e em cidades como Hull, Liverpool, Bristol, Manchester, Stoke-on-Trent, Blackpool e Belfast, com relatos de pedras lançadas, saques a lojas e ataques a policiais.
Em Liverpool, cerca de mil manifestantes anti-imigração, alguns gritando insultos islamofóbicos, enfrentaram contra-manifestantes, e a polícia teve dificuldade para manter a ordem.
Ontem, no quinto dia, manifestantes atiraram tijolos, garrafas e sinalizadores nos agentes de segurança — ferindo vários policiais —, enquanto saqueavam e queimavam lojas, gritando insultos anti-islâmicos. Seis pessoas foram presas em Plymouth, no Sul da Inglaterra.
Em Belfast, na Irlanda do Norte, policiais foram atacados após participantes dos protestos incendiarem uma loja cujo dono era um imigrante. A corporação disse que um homem de 30 anos foi gravemente agredido e que trata o caso como um crime de ódio com motivação racial.
Em Birmingham, no Centro da Inglaterra, um grupo de homens que se reuniu supostamente para combater a manifestação forçou uma repórter da emissora Sky News a sair do ar aos gritos de “Libertem a Palestina”. A profissional foi seguida por um homem com uma balaclava e uma faca.
Outro repórter afirma ter sido perseguido por membros do grupo “com o que parecia ser uma arma”, enquanto a polícia diz que também houve danos criminais a um bar e a um carro na região.
RESPOSTA DO GOVERNO
Hoje o Reino Unido mobiliza seis mil policias para reprimir protestos violentos. Até o momento, quase 400 pessoas foram presas nos protestos com motivações racistas e xenofóbicas.
Segundo Heidi Alexander, ministra da Justiça, mais de 500 vagas foram liberadas nos presídios em meio à escalada de violência. Os protestos começaram na última semana e deixaram rastro de destruição no país.
Keir Starmer, primeiro-ministro ad Inglaterra, afirmou:
que o governo tomará “todas as medidas necessárias para acabar com a desordem”. Starmer já havia dito que sua prioridade “absoluta” é acabar com a instabilidade e garantir que “as sanções criminais sejam rápidas” aos envolvidos.
Os protestos foram organizados sob o lema “Enough is enough” (“Basta”). De acordo com o Conselho Nacional dos Chefes de Polícia (NPCC), 378 foram presas até o momento.
No quinto dia de protesto, manifestantes atiraram tijolos, garrafas e sinalizadores contra policiais. Eles também saqueavam e queimavam lojas, gritando insultos anti-islâmicos. Seis pessoas foram presas em Plymouth, no Sul da Inglaterra.
RECOMENDAÇÕES DO ITAMARATY
O Ministério das Relações Exteriores recomendou que os brasileiros que estejam no Reino Unido devem tomar precauções por causa da onda de protestos ocorridos no país nos últimos dias.
O Itamaraty pede que os brasileiros sigam as recomendações de segurança das autoridades locais, evitem multidões e protestos e monitorem a mídia local.
Parabéns pelo editorial, informação completa e sem ideologia. Já que o governo esquerdista inglês busca criminalizar a direita.
Muito boa a matéria, como o ADM pontuou, Pietro escreveu sem viés político! Parabéns Repórter Anápolis !
MARCELO SANTOS VEREADOR!!!!
Obrigado pela informação!
Marcelinho parabéns pelo conteúdo!
Tem meu voto!!
Marcelo Santos Vereador.
[…] Por que há tumultos no Reino Unido? […]